domingo, 8 de dezembro de 2013

Noticias.sapo - 11/02/2012 - 10 coisas que devemos saber sobre Nelson Mandela

Nelson Mandela foi libertado há precisamente 22 anos. Um dos prisioneiros mais famosos da História saiu da prisão Victor Verster, nos arredores da Cidade do Cabo, a 11 de Fevereiro de 1990, depois de ter passado 27 anos encarcerado. Foi recebido nas ruas por milhares de pessoas. Era o princípio do fim do apartheid.

Para assinalar a data da libertação de Madiba, um dos homens que mudou a História de África, o SAPO apresenta uma lista de 10 coisas importantes que devemos saber sobre Mandela. 

Símbolo da resistência ao apartheid

 Mandela é um resistente por natureza. Ainda antes de lutar contra a segregação racial que se vivia em África do Sul, Mandela, enquanto estudante de Direito na Universidade de Fort Hare, participou num boicote contra as políticas universitárias. Madiba, como também é conhecido, acabou mesmo por ser expulso da universidade, em 1934. Mas a sua luta maior, e mais reconhecida, foi a oposição que exerceu contra o regime apartheid, que vigorava no seu país. Este sistema negava aos que não fossem brancos direitos políticos, sociais e económicos. 
 
Em 1942, Nelson Mandela juntou-se ao Congresso Nacional Africano (CNA), um movimento clandestino, que lutava contra o regime baseado na discriminação racial. Dois anos depois, Mandela fundou a Liga Jovem do CNA.
Mandela tornou-se ainda mais activo politicamente depois de, em 1948, os Afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, terem vencido as eleições. Em 1955, Mandela fazia parte do Congresso do Povo (do CNA), que divulgou a Carta da Liberdade, documento que continha as bases da causa anti-apartheid.

Acusado de traição 
Antes da acusação de traição, Mandela já tinha sido preso. Corria o ano de 1962 e Nelson Mandela foi condenado a cinco anos de prisão, por incentivar greves e por ter, segundo a acusação, viajado ilegalmente para o exterior.
Dois anos depois foi condenado a prisão perpétua por sabotagem, crime que Mandela assumiu, e por ter traído o país, já que teria conspirado para ajudar outros países a invadirem a África do Sul. O político negou sempre esta última acusação.
Nelson Mandela tornou-se, ao longo dos 27 anos de prisão, um dos símbolos contra o regime. De tal forma, que a frase “Libertem Nelson Mandela” foi um dos lemas das campanhas anti-apartheid em vários países.

Libertação e viragem histórica
Este sábado passam 22 anos sobre a libertação de Nelson Mandela. Este acontecimento foi um marco na História da África do Sul. Mais de 50 mil pessoas receberam Mandela nas ruas da Cidade do Cabo. O sentimento era o de que a libertação significasse o fim do apartheid e o início de uma nova era.
Mandela esteve preso até ao dia 11 de Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram fazer com que o presidente sul-africano na altura, Frederik Willem de Klerk, se decidisse pela libertação de Mandiba.

Na década anterior, a oposição contra as reformas idealizadas pelos políticos no poder ganhava cada vez mais força. Vários líderes anti-apartheid foram presos e à medida que cresciam os protestos contra o regime aumentava também a opressão e a violência contra os protestantes.
Apesar de ter sido um processo complexo, a libertação de Mandela significou mesmo o princípio do fim do regime. Em 1990, o Presidente de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid. Esse processo terminaria a com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994.

A presidência do CNA
Mandela era uma referência do CNA e depois de ter sido libertado tornou-se no presidente do partido, que a partir de 1990 passou a ser legal. Os ideais de paz, liberdade, fraternidade e o objectivo de promover uma reconciliação nacional que levou a cabo juntamente com o Presidente de Klerk valeram-lhe um enorme prestígio no país e no mundo.
Nelson Mandela é um dos políticos mais conhecidos e respeitados do continente africano e não só: existe uma espécie de consenso mundial no que respeita à admiração das qualidades políticas e humanas de Mandiba. A presidência do CNA permitir-lhe-ia vencer mais tarde as primeiras eleições pós-apartheid.   

O Nobel, para ele e para de Klerk
Nelson Mandela já recebeu mais de 250 prémios, foi agraciado com a Ordem de St. John, pela rainha Elizabeth II, recebeu a medalha presidencial da Liberdade do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, a Ordem do Canadá, o prémio Embaixador de Consciência pela Amnistia Internacional e o Bharat Ratna, a mais alta distinção da Índia. Mas a honra mais importante ocorreu em 1993, quando foi galardoado, juntamente com de Klerk, com o Prémio Nobel da Paz. A Academia sueca distinguiu-o pelo seu “trabalho pelo fim pacífico do regime apartheid e por estabelecer os princípios para uma nova África do Sul democrática”. 

O Primeiro Presidente negro da África do Sul
A eleição de Nelson Mandela como o primeiro Presidente negro da África do Sul é outro dos acontecimentos que fazem com que a vida de Mandela se confunda com a História daquele país. Foi no ano de 1994 que se realizou o primeiro escrutínio da África do Sul democrática. O CNA, liderado por Mandela, venceu com 60% dos votos. Mandiba desempenhou a função até 1999.

Evelyn, Winnie e Graça Machel, as mulheres da sua vida
Nelson Mandela casou-se três vezes. A primeira mulher de Mandela foi a enfermeira Evelyn Ntoko Mase, de quem se divorciou em 1957, depois de 13 anos de casamento. Passado um ano, casou-se com a também política Winnie Madikizela (na foto). Ficou com Winnie durante 38 anos, divorciando-se em 1996. Na altura foram noticiadas divergências políticas entre o casal, que terão levado à separação. No dia em que fez 80 anos, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

A luta contra a SIDA
Nelson Mandela deixou a presidência da África do Sul em 1999. A sua vida a partir daí foi dedicada a causas humanitárias e à defesa dos direitos humanos. Uma das suas maiores batalhas é a luta contra a SIDA, doença que vitimou o seu único filho.
Uma das instituições que patrocina é a organização não-governamental (ONG), 46664, uma associação de luta contra a SIDA, que tem este nome por ter sido o número de Mandela na prisão.
Aos 85 anos, em 2004, Mandela anunciou que ia retirar-se da vida pública. Os problemas de saúde e o desejo de aproveitar o tempo que lhe resta com a família foram os motivos invocados para tal decisão. Mas pouco tempo depois fez uma excepção: viajou para a Índia, onde participou na XV Conferência Internacional sobre SIDA. 

Invictus, o filme que conta um pouco da intensa vida de Mandela
O filme “Invictus”, lançado em 2009, conta a vida de Mandela pouco depois de ter sido eleito Presidente. Na altura, corria o ano de 1995, Mandiba sabia que o racismo e os problemas económicos e sociais continuavam a dividir a sociedade sul-africana. Aproveitando a realização do Campeonato Mundial de Rugby no seu país, Mandela apoia fervorosamente a selecção de África do Sul, usando o deporto para passar mensagens de união e esperança. A equipa sul-africana obteve um excelente desempenho, chegando à final do torneio, que venceu, num jogo diante da Nova Zelândia. Morgan Freeman foi o actor escolhido para interpretar a personagem de Nelson Mandela, num filme realizado por Clint Eastwood.

Frases célebres de Mandela
"Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos." 

"Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação." 

"Não há caminho fácil para a Liberdade." 

"A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." 

“Ser livre não significa apenas libertar-se das correntes mas viver de forma que respeite e envolva a liberdade dos outros.”

"A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo."

“Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa selvagem, venha ele de um negro ou de um branco.”

“Sonho com uma África em paz consigo mesma.”

“Sempre parece impossível até que seja feito.”

"A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até ao fim dos meus dias." 


Fonte Notícias.sapo: link

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